Baú de ossos, Pedro Nava
Imagine uma árvore genealógica ligando Nordeste (Pernambuco, Ceará)-Juiz de Fora-Rio de Janeiro, uma árvore de raízes seculares, tronco resistente (resiliente?) e uma galharia sem fim, com nomes e sobrenomes às vezes ilustres, outras vezes, desconhecidos ou quase, enredados todos num processo de construção da burguesia brasileira, burguesia aqui no sentido mais histórico que político, e você terá uma saga impressionante de nossas origens como povo. Impossível não se impactar com as lembranças, com os casos, com os bastidores de políticos, médicos, gente como a gente, nas suas idiossincrasias, nas suas vitórias e derrotas, a presença constante da morte, uma parceira inseparável do próprio ofício do autor, médico que somente depois dos sessenta anos resolve deixar para a literatura brasileira um monumento de memorialística que se deixa comparar com a inevitável referência de Proust.
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