O século das luzes, Alejo Carpentier
Final do século XVIII, o século das luzes. A revolução francesa estende seus tentáculos pelo Caribe, com suas conquistas e suas mazelas, através de um grupo de jovens, Carlos, Estéban e Sofia, aos quais se junta Victor Hugues, um francês, filho de padeiro, que vai mudar o destino desses jovens cubanos e da própria região, ao tornar-se governante de Caiena e outras possessões francesas. Leva para lá a doutrina da revolução, mas também a guilhotina. A revolução, desde o início, autofágica, transforma-se pouco a pouco e seus princípios libertadores são enterrados, até o golpe de Napoleão. Victor, antes ferrenho libertário, assimila a derrocada da revolução e aplica à sua administração até mesmo a volta da escravidão negra. Sofia, a jovenzinha imatura abandonada um dia em Paris, volta a Cuba, casa-se, torna-se viúva e vai atrás de seu amor, Victor, mas decepciona-se terrivelmente com os rumos de sua política e de sua administração. É ela, a mulher frágil e liberta, a própria metáfora do século das luzes. Mas, isso é apenas um arremedo de tentativa de falar de um dos mais poderosos romances da América Latina, com sua trama complexa, seu barroquismo e a beleza de sua concepção literária. Puro prazer, sem dúvida alguma.
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