sexta-feira, 5 de março de 2021

História universal da destruição dos livros - das tábuas sumérias à guerra do Iraque, Fernando Báez

História universal da destruição dos livros - das tábuas sumérias à guerra do Iraque, Fernando Báez


Assombro. É a palavra exata para definir a destruição de livros através da história. Pensamos nas guerras, nas catástrofes que matam milhares de seres humanos. Raramente nos damos conta da destruição da cultura através da destruição de livros. Desde as primeiras tentativas de registro na pedra, em tábuas de argila ou de madeira, na pele de animais até chegar ao papel, a destruição de livros que contam a história da humanidade tem tido uma trajetória de horror. Além dos fatores naturais, como enchentes, terremotos, incêndios, insetos etc., a destruição da cultura pelos humanos tem sido uma constante. Centenas de milhares de documentos perderam-se, por causa de guerras, de ódios e de incúria, em todos os momentos da História. O autor faz um registro exaustivo e minucioso de destruição de bibliotecas e de livros com precisão cirúrgica, mas não desprovida de emoção. Impossível não sentir a dor de pensar em quanto se perdeu, por exemplo, no incêndio criminoso da grande biblioteca de Alexandria. Mas, o ponto culminante do livro é quando ele narra o que aconteceu no Iraque, testemunha que foi da destruição da cultura de um povo cujo país contém a história da origem da civilização. Suas relíquias milenares bombardeadas, queimadas, pisoteadas, roubadas, vilipendiadas e vendidas a preço vil nos mercados internacionais de colecionadores, uma perda irreparável para a cultura mundial. Realmente, para quem gosta de livros, um relato dolorido, mas imperdível, de como a barbárie assola esse pobre planeta hoje e sempre, nas mãos de pessoas tão estúpidas.


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