sábado, 19 de abril de 2025

Como e por que ler, Harold Bloom

Como e por que ler, Harold Bloom

Professor e crítico literário, Bloom, por dever de ofício, foi um leitor voraz, de uma erudição realmente impressionante. Por isso, este livro traz a assinatura de uma autoridade inconteste, para guiar o leitor – de ocasião ou de obrigação – pelo fascinante mundo do conto, do romance, da poesia e das peças teatrais, através da análise e dos comentários que ele tece sobre grandes mestres da literatura universal e, claro, principalmente, da literatura estadunidense, já que é de lá a maioria de seu público. Defensor de uma leitura que contemple principalmente a satisfação e o enriquecimento pessoal, não é muito afeito a análises políticas e sociológicas, deixando essas camadas que podem ser encontradas nos grandes mestres em segundo lugar. Considera Shakespeare o farol de toda ou quase toda a literatura ocidental, destacando sua influência em inúmeros autores que constituem o ideário e a obrigatoriedade de todo leitor que se preze, como Melville, Dickens, Proust, Dostoievski, Wilde, Hemingway, Austen, Morrison, Blake, Robert Browning, Dickinson, Brontë, Shelley, Keats etc. etc. etc. O livro é dividido em, basicamente, cinco partes, cada uma dedicada a um gênero literário: romance (duas partes), conto, poesia e peças teatrais. Suas análises e observações são sempre instigantes e constituem, para qualquer leitor aficionado da boa literatura, um guia precioso, não só para a leitura das obras citadas e recomendadas, mas de quaisquer outras obras que venha a gostar de ler, pois, o importante para Bloom é fazer da leitura um hábito prazeroso e de formação pessoal, em todos os sentidos. Ao ensinar como e por que ler, Harold Bloom acaba deixando também, nas entrelinhas, algumas dicas importantes para quem escreve. Entre as pistas que semeia para leitores e escritores estão: livrar a mente dos chavões profissionais, não tentar melhorar o caráter alheio pelo que lemos ou escrevemos e, sobretudo, resgatar a ironia. “Uma vez destituída de ironia” - afirma Harold Bloom – “a leitura perde, a um só tempo, o propósito e a capacidade de surpreender”. Sem dúvida, um livro para constar do panteão deste blog, se este blog tivesse um panteão de livros ilustres e mais importantes.

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