domingo, 11 de abril de 2021

A letra escarlate, Nathaniel Hawthorne



A letra escarlate, Nathaniel Hawthorne



Década de 40 do século XVII. Boston era ainda uma vila rude de puritanos caçadores de índios. Hester Prynne é condenada a levar no peito a marca de seu opróbrio: a letra A bordada em vermelho. Tivera um romance, durante a longa ausência de seu marido, com um membro da comunidade e dele tivera uma filha, Pearl. Para proteger o anonimato desse homem, sujeita-se à prisão e, depois, a uma vida isolada e de privações, para criar a menina. Sua resistência, sua lealdade e seu enfrentamento de todas as dificuldades e preconceitos daquela sociedade que não lhe perdoa o “pecado” torna-a, na ficção, precursora das lutas feministas dos séculos XIX e XX. Uma história surpreendente, de tenacidade, num drama que nos prende da primeira à última página. E o livro tem, ainda, como uma espécie de bônus, o longo prefácio em que o autor expõe sua experiência como chefe da alfândega de Salém, numa crítica mordaz ao funcionalismo decrépito dessa repartição pública já decadente, no século XIX. Através desse texto, o autor tem ainda a pretensão de “explicar” a origem da história da letra escarlate, encontrada entre papéis velhos amontoados nos salões da alfândega, dando a ele uma espécie de chancela de historicidade. De qualquer forma, um livro impressionante, de um grande autor. Imperdível.


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