domingo, 9 de maio de 2021

Os testamentos, Margareth Atwood

 Os testamentos, Margareth Atwood


A República de Gilead já se chamou Estados Unidos da América. Agora (num futuro incerto) tornou-se uma república teocrática fundamentalista, governada por homens autoritários e corruptos que se dilaceram na busca do poder. Isso está implícito no segundo volume de O Conto da Aia: Os Testamentos. Quinze anos após a história de Offred, a aia que teve o seu destino não revelado no final do primeiro livro, retornamos a Gilead para a saga de duas irmãs de pais distintos, criadas distantes uma da outra e de idades distintas (uma no Canadá, no meio de um grupo terrorista que deseja a desestabilização de Gilead; a outra, criada em Gilead e sendo preparada para cumprir uma das funções que são reservadas às mulheres, na estrutura repressiva desse estado. A primeira foi levada de Gilead ainda bebê e o estado autoritário torna-a um símbolo do combate a seus inimigos, por meio de uma grande campanha publicitária, exigindo seu retorno. Através de três narradoras, acompanhamos a trajetória não só dessas duas meninas/mulheres, mas também de uma personagem fundamental para o destino de Gilead, a misteriosa Tia Lydia. Dentro da estrutura de poder desse estado, ela convive com poderosos e tem o conhecimento dos meandros da política e de todos os seus podres, o que será decisivo quando o destino das três mulheres se entrelaça, na luta subterrânea contra o regime. Não há dúvida de que, mesmo com toda a complexidade da trama, o livro nos prende e mantém nosso interesse da primeira à última página. Se você leu os CONTOS DA AIA, não pode perder essa espécie de epílogo àquele romance genial da canadense Margareth Atwood.

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