segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Explícito I, Ruy Bento Vidal

 Explícito I, Ruy Bento Vidal



Textos – chamemo-los assim, já que é impossível distinguir claramente o que é poema, o que é poema em prosa ou o que é prosa poética – de uma pessoa que se jogou de corpo e mente, mais corpo do que mente, na verdade, numa literatura visceral, dentro da melhor tradição de um Henry Miller, por exemplo. Não há, no entanto, regularidade nas escolhas dos textos dessa sua primeira antologia (primeira no sentido de que há mais duas): poder-se-iam depurar ou mesmo eliminar alguns textos mais antigos, em que o autor ainda tateava em busca do destemor recém-encontrado e muito bem explorado, sem amarras morais, num desnudamento total em sua temática, mas, principalmente, no ganho de força textual, ou seja, há tensão, tesão e prazer nas linhas e entrelinhas de suas páginas. Talvez uma leitura para fortes, mas sejamos todos fortes, que sairemos se não ilesos, pelos menos, um pouco menos preconceituosos ou menos temorosos das várias formas de amor que os seres humanos sempre experimentaram e que nem sempre tiveram coragem de explicitar.


 

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