Explícito I, Ruy Bento Vidal
Textos – chamemo-los assim,
já que é impossível distinguir claramente o que é poema, o que é poema em prosa
ou o que é prosa poética – de uma pessoa que se jogou de corpo e mente, mais
corpo do que mente, na verdade, numa literatura visceral, dentro da melhor
tradição de um Henry Miller, por exemplo. Não há, no entanto, regularidade nas
escolhas dos textos dessa sua primeira antologia (primeira no sentido de que há
mais duas): poder-se-iam depurar ou mesmo eliminar alguns textos mais antigos,
em que o autor ainda tateava em busca do destemor recém-encontrado e muito bem
explorado, sem amarras morais, num desnudamento total em sua temática, mas,
principalmente, no ganho de força textual, ou seja, há tensão, tesão e prazer
nas linhas e entrelinhas de suas páginas. Talvez uma leitura para fortes, mas
sejamos todos fortes, que sairemos se não ilesos, pelos menos, um pouco menos
preconceituosos ou menos temorosos das várias formas de amor que os seres
humanos sempre experimentaram e que nem sempre tiveram coragem de explicitar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário