Bonita Avenue, Peter Buwalda
Família: todo ser humano possui uma. Por isso, o chavão: célula mater da sociedade. Tudo gira em torno da família de Siem Sigerius, neste romance do holandês Peter Buwalda. Ex-judoca que teve sua carreira interrompida por um acidente, descobre-se um gênio da matemática e torna-se reitor de uma famosa universidade. Casado em segundas núpcias com Tienke, tem um filho problemático do primeiro casamento e duas filhas da atual mulher, Joni e Janis, que ele criou como filhas. Joni envolve-se com Aaron, um fotógrafo. E em torno dessas personagens gira todo o livro. Com vozes narrativas às vezes em primeira pessoa, às vezes na terceira pessoa (um narrador onisciente), a longa e complexa história dessas vidas que parecem ter todo o sucesso e felicidade esconde segredos e relações conflituosas, a partir da própria personalidade do personagem central, Siem, o reitor que se torna ministro da educação, que tem uma tara por sites pornográficos e essa tara será a sua ruína e de toda a sua família. Com personagens fortes, complexas, devidamente aprofundadas em todos os seus aspectos de personalidade, o autor nos leva por um labirinto de sensações e sentimentos de espanto e, finalmente, de asco e terror nos seus últimos capítulos, numa das narrativas mais terríveis que jamais li, por envolver justamente a relação pai e filhos. Sem dúvida, um best-seller para se ler com sangue nos olhos e a faca na boca, que não nos deixa respirar um só momento, pela tensão e maestria do autor em nos levar através dessas vidas desesperadas.
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