Baixo esplendor, Marçal Aquino
Miguel é o codinome do policial infiltrado numa grande quadrilha de roubo de cargas, em 1973, em plena era da ditadura militar. Para conseguir entrar no bando, aproximou-se do chefe do bando, conquistando sua confiança. Mapeia para a polícia toda a movimentação dos ladrões e seus componentes, enquanto mantém um tórrido romance com Nádia, a irmã do chefão. Acredita que esse romance, que se transforma em paixão recíproca, não irá atrapalhar o seu rompimento tanto com a mulher quanto com o bando, quando chegar o momento de vir a público toda a sua investigação, com a prisão dos meliantes. Mas fica cheio de dúvidas, quando a polícia fecha o cerco em torno da quadrilha e a sua ligação com Nádia acaba conduzindo-o para um desfecho inimaginável, quando concordou com a operação. Numa linguagem ágil, sem meias palavras, a história prende o leitor que aprecia a literatura policial desde as primeiras linhas. E vai desvendando truques e tramoias da quadrilha tanto quanto vai mergulhando nas relações entre os bandidos, suas brigas internas, seus ciúmes e suas intrigas. As personagens centrais, Miguel e Nádia, são poderosas o suficiente para se tornarem inesquecíveis dentro desse tipo de literatura, sem dúvida uma criação surpreendente desse bom escritor, que é Marçal Aquino, cujas obras têm sido roteirizadas e levada ao cinema, dando-nos, pelo menos, dois filmes bastante interessantes, “O invasor” e “Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios”, ambos dirigidos por Beto Brant.
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