Uma História da Leitura, Alberto Manguel
Enquanto estamos lendo um livro, somos seu escravo; depois, tornamo-nos senhores do conhecimento que ali está depositado, seja através de qualquer gênero – literário, histórico, filosófico etc. Um livro é, portanto, sempre uma fonte de conhecimento – do mundo e de nós mesmos. Talvez por isso a fascinação da leitura, talvez por isso é que nos lançamos sempre em busca de novos livros: não importa o formato, desde as tábuas de argila, até os modernos leitores digitais. E carregamos os livros – nós, os aficionados da leitura – para onde quer que vamos, como o grão-vizir da Pérsia, que carregava sua biblioteca, quando viajava, no lombo de quatrocentos camelos treinados para andar em ordem alfabética. Essa e centenas de outras histórias, envolvendo a leitura através dos tempos, é o que nos conta Alberto Manguel, neste livro fantástico, “Uma história da leitura”. Sem dúvida uma obra para encher os olhos e as mentes de todo apaixonado por livros. São muitíssimos os fragmentos de experiências de todo o tipo de leitor, através dos tempos, desde o encantamento com o aprendizado da leitura até a leitura compulsiva de tudo que cai diante dos olhos desses seres especiais, que são os leitores. Um livro para se ler devagar, apreciando cada caso, cada situação levantada através de seus longos capítulos, degustando as histórias e as lições que nos trazem, e até lamentando quando o final se aproxima. Mas, não tenhamos pressa, que o ato de ler - talvez a mais civilizada das paixões humanas - não se arrefece quando chegamos ao ponto final de um livro, mas se renova na busca de mais uma obra, de mais um autor, de mais conhecimentos – do mundo em que vivemos e de nós mesmos – através desses sinais misteriosos que inventamos para viver vidas e tempos que não apenas as nossas vidas e o nosso tempo. Ler, afinal, é celebrar a liberdade de sonhar, de pensar, de viver.
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