O Mundo da Escrita, Martin Puchner
Um momento crucial na história da evolução humana: a invenção da escrita. Depois de milhares de anos em que as histórias, os fatos, as tradições, conhecimentos eram transmitidos oralmente, através de vários artifícios, o registro para a posteridade torna-se um fator de inspiração para a ascensão e queda de impérios e nações, para o nascimento de teorias e filosofias e para o nascimento de religiões e tantas outras coisas imaginadas pelos humanos. Mas o processo foi lento, complexo e, por incrível que pareça, surgiu em partes diferentes do globo, com tecnologias diferentes. E mais: enfrentou resistências. Os maiores poetas, escritores, sábios e profetas, Homero, Sócrates, Jesus, Maomé, Confúcio, Buda, por exemplo, nunca escreveram uma só linha. Toda a sua filosofia, todos os seus ensinamentos, toda a sua literatura foram registrados por discípulos, às vezes, muitos anos depois de sua morte. Foi a escrita, ou seja, a sua invenção, que nos possibilitou resgatar e conservar maravilhas da literatura universal, como o primeiro romance (da senhora Murasaki, no Japão), as aventuras de Miguel de Cervantes ou um épico da África Ocidental, assim como as obras de Goethe ou o Manifesto do Partido Comunista. É essa aventura fantástica e fascinante que o livro de Martin Puchner nos desvenda, ao compartilhar conosco o espanto e o maravilhamento que é pesquisar, encontrar e descobrir tesouros literários, bem como nos encantar com as tecnologias usadas para registrar a história e a literatura através dos tempos, desde as tabuinhas de argila até a invenção do papel e, hoje, as modernas máquinas que espalham pelo mundo virtual a literatura e o conhecimento humano, de uma forma que jamais pôde imaginar e sonhar Gutenberg, ao reunir inúmeros conhecimentos para “inventar” a imprensa. Enfim, se você gosta de literatura, gosta de ler, gosta de livros, esta é uma viagem imperdível: a história da escrita através de várias civilizações e sua utilização na literatura.
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