As dores do mundo, Arthur Schopenhauer
Sem dúvida, todo o pessimismo do filósofo com relação ao ser humano está presente em “As dores do mundo”. Principalmente, porque se trata de uma série de reflexões muito pessoais sobre temas como o amor, a morte, a arte, a moral, a religião, a política, a sociedade e o próprio ser humano. Para ele, a existência só traz dor e expiação a todos, mas é através dessa dor que o ser humano atinge a plenitude, se consegue suportá-la e compreendê-la ou mesmo sublimá-la. Sua visão do casamento e da mulher tem todo o viés do pensamento do século XIX, quando a mulher era considerada um ser inferior intelectualmente ao homem, devendo a ele ser submissa, e isso perdura até nossos dias, o que nos leva a entender que todo o movimento feminista desencadeado principalmente a partir da segunda metade do século XX ainda tem muito a conquistar, principalmente porque é preciso mudar uma mentalidade arraigada na mente masculina, o que torna tudo mais difícil. Talvez, através da compreensão do pensamento de Schopenhauer, como toda a sua misoginia, possam as mulheres de hoje adotar estratégias que implodam na cabeça masculina a ideia de diferença entre os sexos, para que a convivência não seja tão tóxica como ainda é tóxica em pleno século XXI. Enfim, é um livro que poderia ser de leitura difícil, por tratar de temas filosóficos complexos, mas o autor tem um estilo extremamente acessível, desenvolvendo suas ideias com precisão e clareza, de tal forma que, mesmo que não concordemos inteiramente com elas, podemos tirar de suas palavras lições importantes para nosso crescimento pessoal e intelectual. Ninguém precisa ter medo de ler um filósofo como Schopenhauer, principalmente esse pequeno manual de assuntos variados e importantes.
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