quinta-feira, 10 de julho de 2025

Meninos, eu conto, Antônio Torres

Meninos, eu conto, Antônio Torres


Um pequeno volume com apenas três contos. Todos eles contam histórias de meninos, no interior da Bahia, num lugar que, segundo o autor, “Chamava-se Junco. Hoje se chama Sátiro Dias e é uma cidade até que bonitinha. Com estrada asfaltada e telhados enfeitados de antenas parabólicas. Já não está mais nos confins do tempo”. O primeiro conto, “Segundo Nego de Roseno”, narra com sensibilidade e com um certo humor o rito de passagem de um garoto, visto sob ponto de vista de um amigo bem mais velho. O segundo, “Por um pé de feijão”, narra a resiliência do pai do menino diante de uma tragédia que lhe queimou toda a saca de feijão, colhida num tempo de fartura, e que era a salvação da família, quando viessem os tempos de seca. O terceiro, o mais longo e com uma narrativa mais complexa, intitulado “O dia de são nunca”, conta como três forasteiros roubaram o santo esculpido num toco de pau, para fazer companhia a um menino aleijado, “deficiente físico, como dizemos hoje”, nas palavras do autor. O livro retrata, portanto, personagens simples e inesquecíveis de um Brasil que ainda tem na roça, no ambiente rural, muitos meninos parecidos com esses garotos de que nos fala Antônio Torres em seus contos.

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