Meninos, eu conto, Antônio Torres
Um pequeno volume com apenas três contos. Todos eles contam histórias de meninos, no interior da Bahia, num lugar que, segundo o autor, “Chamava-se Junco. Hoje se chama Sátiro Dias e é uma cidade até que bonitinha. Com estrada asfaltada e telhados enfeitados de antenas parabólicas. Já não está mais nos confins do tempo”. O primeiro conto, “Segundo Nego de Roseno”, narra com sensibilidade e com um certo humor o rito de passagem de um garoto, visto sob ponto de vista de um amigo bem mais velho. O segundo, “Por um pé de feijão”, narra a resiliência do pai do menino diante de uma tragédia que lhe queimou toda a saca de feijão, colhida num tempo de fartura, e que era a salvação da família, quando viessem os tempos de seca. O terceiro, o mais longo e com uma narrativa mais complexa, intitulado “O dia de são nunca”, conta como três forasteiros roubaram o santo esculpido num toco de pau, para fazer companhia a um menino aleijado, “deficiente físico, como dizemos hoje”, nas palavras do autor. O livro retrata, portanto, personagens simples e inesquecíveis de um Brasil que ainda tem na roça, no ambiente rural, muitos meninos parecidos com esses garotos de que nos fala Antônio Torres em seus contos.
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