A morte de Artemio Cruz, Carlos Fuentes
Artemio Cruz está morrendo. Artemio Cruz não quer morrer. No leito do hospital, parentes, médicos e enfermeiras revezam-se em seu campo de pouca visão e ainda menos lucidez para o presente. Mas seu cérebro fervilha de lembranças e, para driblar a dor e a rápida degradação física, Artemio Cruz reconstitui sua vida, desde o início do século XX, uma vida que se confunde com a própria história do México nesses mais de setenta anos. A pobreza, a revolução, as lutas armadas, as traições e a ascensão política e econômica, as mulheres e as amantes, os filhos, o império jornalístico construído à custa de sua capacidade de amoldar-se aos tempos e aos poderosos do momento, o poder, tudo isso enquanto suas entranhas se revolvem e se revoltam, a despeito dos médicos. Artemio Cruz não quer morrer. Artemio Cruz está morrendo. Uma narrativa barroca e entrançada como os cipoais das florestas tropicais, a obra mais significativa do autor. Um grande romance da latinidade.
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