Guerras híbridas - a abordagem adaptativa indireta com vistas à troca de regime - Andrew Korybko
O começo é um pouco estranho – não se sabe bem do que fala o autor. O final é complexo, principalmente para um leigo, como eu, em geopolítica, principalmente quando referida a assuntos internos de pequenos mas estrategicamente importantes países da Eurásia e do Oriente, como Cazaquistão, Uzbesquistão, Síria etc. No entanto, quando conceitua e explica o que são as “revoluções coloridas” e as “guerras não convencionais”, o que nos deixa na boca é um travo de ódio e nojo. Ódio daquela nação do norte que se diz xerife do mundo e nojo dos processos que ela usa para se manter no topo do mundo, neste século XXI, quando seu poderio militar parece esgarçar-se e sua soberania econômica tem sido ameaçada pela China. E nojo ainda mais pela falta de apego a quaisquer princípios democráticos ou éticos no tratamento dos demais povos do globo. E mais ódio ainda, quando associamos todas as técnicas de filhadaputice explícitas no livro aplicadas exatamente aqui, no Brasil, para derrubar de forma canalha um governo democrático que incomodava o “grande irmão”, em associação com juízes veniais e formados exatamente lá no ninho da águia, para agir exatamente como agiram: como vendidos ao capitalismo, ao mercado e às forças do retrocesso que hoje estão aí cagando em nossas cabeças. O resumo a seguir não é meu, encontrei-o na apresentação da edição brasileira, por uma editora: “Neste livro, Andrew Korybko constrói um novo conceito para explicar as novas táticas dos Estados Unidos para derrubar governos. A Guerra Híbrida é a combinação de revoluções coloridas e guerras não convencionais para substituir governos. Partindo do estudo de caso da Síria e da Ucrânia, o autor constrói um novo conceito, cujo modo de operação pode ser facilmente identificado em outros conflitos no Oriente Médio e na América Latina. A Guerra Híbrida é o modelo de intervenção para o século XXI. Se o padrão que os EUA vêm aplicando atualmente na Síria e na Ucrânia for indicativo de algo, no futuro a guerra indireta será marcada por “manifestantes” e insurgentes. As quintas-colunas serão compostas menos por agentes secretos e sabotadores ocultos e mais por protagonistas desvinculados do Estado que se comportam publicamente como civis. As mídias sociais e tecnologias afins substituirão as munições guiadas como armas de ‘ataque cirúrgico’ da parte agressora, e as salas de bate-papo online e páginas no Facebook tornar-se-ão o novo ‘covil dos militantes’. Em vez de confrontar diretamente os alvos em seu próprio território, conflitos por procuração serão promovidos na vizinhança dos alvos para desestabilizar a periferia dos mesmos. As tradicionais ocupações militares podem dar lugar a golpes e operações indiretas para troca de regime, que são muito mais econômicos e menos sensíveis do ponto de vista político”.
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