Diário de Oaxaca, Oliver Sacks
“As samambaias, ou fetos, são vegetais vasculares membros do táxon das pteridófitas, de tecidos vasculares (xilema e floema), folhas verdadeiras, que se reproduzem através de esporos e não produzem sementes ou flores. A diversificação das samambaias parece ter ocorrido no Devoniano (há mais de 400 milhões de anos). Elas foram essenciais na ocupação dos ambientes terrestres pelos animais, fornecendo habitat e alimento além de serem importantes na formação do solo rico em nutrientes que viria a propiciar a formação das grandes florestas do carbonífero. Neste período as samambaias e as licófitas eram as principais representantes vegetais do planeta.” Essas informações, eu as colhi na Wikipedia. E há pessoas que são “loucas” por samambaias, principalmente um grupo de botânicos amadores e profissionais dos Estados Unidos. E esse grupo resolve fazer uma excursão ao México, mais precisamente à região de Oaxaca (o “x”, aí, se pronuncia como o “j” aspirado do espanhol), para apreciar e estudar as samambaias da região. Com esse grupo, está Oliver Sacks, também ele um grande apreciador dessas plantas. Por que Oaxaca? Porque, segundo muitos estudiosos, tal região possui uma das maiores variedades de samambaias do mundo. Nesse diário de viagem, Sacks descreve o dia a dia dessa excursão insólita, com humor, perspicácia e, principalmente, muita observação sobre essa região que, além das samambaias, possui uma história pré-colombiana fantástica, já que lá existem vários sítios arqueológicos, principalmente a cidade zapoteca de Monte Albán, uma relíquia abandonada por esse povo, misteriosamente, cerca dos anos 800 de nossa era, e por isso preservada da sanha destruidora de Cortez e dos demais espanhóis que o sucederam na faina de colonizar, expropriar, espoliar e matar os povos da Mesoamérica. Assim, além de muitas referências sobre a existência pré-histórica do objeto da excursão, as samambaias, o autor nos dá uma pequena aula de história e faz muitas reflexões sobre o encontro catastrófico de duas civilizações, a europeia e a dos povos originários da América Central. Você não precisa, pois, ser conhecedor, ou mesmo, apreciador de samambaias, para se deliciar com a narrativa dessa inusitada excursão.
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