Histórias de cronópios e famas, Julio Cortázar
Contos curtos que contam coisas aparentemente sem qualquer nexo causal com a realidade. Imaginação no seu estado da arte, non sense, surrealismo. Esses são os ingredientes que se encontram nas histórias de humanos estranhos e de criaturas ainda mais estranhas, como os cronópios e os famas. Difícil definir o que são cronópios, criatura verdes e úmidas que gostam de cantar, que gostam de recitar versos, mas, distraídas ao extremo, vivem perdendo coisas, até mesmo o que têm nos bolsos e, quando atropeladas, choram. Já os famas são muito diferentes: são mais organizados, são mais práticos, porém quase sempre dignos de compaixão por parte dos cronópios. Entendeu? Não? Também eu não entendi nada, ou melhor, entendi tudo quando me deixei levar pelo jogo de imaginação proposto pelo autor, quando me imiscuí entre esses personagens bizarros, para acompanhar suas venturas e desventuras, seus deslizes e compaixões. Então, me diverti. E muito. Porque é pura diversão, o que nos propõe o autor, embora, sob o manto do non sense, do absurdo, esteja ele mexendo com nossas idiossincrasias, nossas manias e nossa própria interpretação do que seja um ser humano. Portanto, leia, sem qualquer ideia preconcebida. E divirta-se com os cronópios e famas, sendo você também um deles.
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