Cadeiras proibidas, Ignácio de Loyola Brandão
Livro de contos escritos numa época ainda de muita desolação no Brasil, em 1976, quando a ditadura militar determinava o que podia e o que não podia ser lido, publicado, ouvido ou até mesmo assistido em cinemas, teatros e televisão. Por isso, o autor esconde toda a sua crítica sobre inúmeros assuntos sob o manto do non sense, em relatos que, aparentemente, não têm pé nem cabeça, mas dizem muito sobre o mundo em que se vivia. São contos surpreendentes pela estranheza dos títulos, como, por exemplo, “O homem cuja orelha cresceu”, “O homem que dissolvia xícaras”, “O homem que atravessava portas de vidro”, levando o leitor para o mundo do fantástico em relação a temas do cotidiano, com finais abertos à imaginação e à interpretação. A edição que eu li, publicada bem mais tarde, têm alguns detalhes de atualização, que não causam nenhum desconforto, mas que achei desnecessários. Enfim, se você, leitor dessa resenha, quiser tomar contato com um exemplo desses contos, acesse o blog “Trapiche dos Outros” e procure, no índice, pelo nome do autor, que encontrará um texto retirado desse livro. Que diverte e, principalmente, instiga.
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