Se os gatos desaparecessem do mundo, Genki Kawamura
Quem não gosta de gatos vai achar que a história desse livro é muito emotiva, quase sentimentaloide e independe de que os gatos desapareçam ou não do mundo; quem gosta de gatos vai achar que a história desse livro é muito , quase sentimentaloide, emotiva e vai ficar torcendo para que os gatos não desapareçam do mundo. Seja qual for a sua visão em relação aos gatos, a verdade é que estamos diante de uma ficção muito bem elaborada para falar de seres humanos e suas relações complicadas. E com muita sensibilidade. Já escrevi algures que a literatura ficcional no propõe um jogo, ao começarmos a ler um conto, um romance, uma novela: se aceitamos as regras que o autor nos coloca, viajamos para uma espécie de mundo além do mundo que reflete a existência humana em todas as suas nuances e, então, sempre estaremos, mesmo que a história seja a mais surreal e fantástica, no mundo humano. O jogo que nos propõe o autor japonês é acreditarmos que o narrador, um carteiro de 30 anos, ao descobrir que tem pouco tempo de vida, encontra um demônio divertido que lhe diz que pode aumentar seu tempo de vida fazendo desaparecer do mundo alguma coisa. E o primeiro objeto que ele faz desaparecer é o telefone celular. Enquanto as coisas vão desaparecendo, ele nos fala de sua vida, da morte da mãe, dos conflitos com o pai, dos dois gatinhos que lhe trouxeram conforto em momentos cruciais da família, da primeira namorada, enfim, de tudo que passou nesses trinta anos e por que se tornou entregador de cartas. Mas, quando chega o momento em que o diabo lhe propõe fazer desaparecer os gatinhos do mundo, o narrador descobre em si mesmo mais sentimentos e dúvidas sobre a vida do que tudo o que passara até esse momento. Prepare o lenço, porque o livro emociona e nos traz reflexões bastante interessantes sobre a nossa existência e a nossa essência como seres humanos.
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