sábado, 27 de setembro de 2025

Os filhos dos dias, Eduardo Galeano

 Os filhos dos dias, Eduardo Galeano


Eu me lembrei dos antigos calendários (ou folhinhas), em que se destacava cada dia que passava, no qual podia haver uma frase de cunho moral ou uma pequena anedota ou história. Eduardo Galeano traz em seu livro 366 textos, um para cada dia do ano (o seu ano é bissexto e contempla o renegado 29 de fevereiro). São histórias da História ou referências a lendas, personagens, fatos famosos ou apenas significativos, comentários, contemplando inúmeras culturas, países, povos e regiões de todo o globo, num mosaico que mistura passado e presente, personagens às vezes bizarros, às vezes sofredores, às vezes autoritários, mas sempre curiosos. Esses textos não passam de uma página, uma página e meia, escritos com a leveza de uma ironia por vezes cortante; com um olhar crítico para as mazelas do mundo e os malfeitos dos poderosos, trazendo a visão de mundo de um escritor que sabemos ter sido uma das mentes mais poderosas da literatura sul-americana. Um livro que se lê com prazer, mas também com o travo amargo da realidade dos sofredores todos de uma humanidade cujos povos têm dificuldades de convivência entre si, e que não consegue aprender com as lições do passado e recai sempre nos mesmos exemplos de insensatez. Assim como são breves as histórias de Galeano nesse livro, também é breve e, espero, incisivo, esse meu comentário sobre ele, deixando a recomendação: leia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário